"Aterroriza-me o que sou para vós; consola-me o que sou convosco. Pois para vós sou bispo; convosco sou cristão"
PALAVRA DO BISPO
Na Cruz de Cristo Ressuscitado encontramos esperança.
Dom Nelson F. Ferreira
Aqueles que rezam sob a Cruz, aqueles que são batizados em nome da Cruz, aqueles que se adornam com uma Cruz são chamados a se comprometer com o Deus da Cruz, que não aceita um talismã ou um simples sinal de identidade de uma cultura que nunca pode ser sinal de divisão, mas sempre um sinal de inclusão. Eles aceitam um sinal de amor e redenção: a Cruz nos convida a nos comprometermos com as cruzes de homens e mulheres de todos os tempos.
A vida que ainda não nasceu é uma cruz, a vida das crianças que morrem sob os bombardeios, a vida dos prisioneiros é uma cruz. A violência e homicídio juvenil em todas as dioceses do Leste 1 é uma cruz. A dor dos pais enlutados com a perda dos filhos, também é cruz. À dor de um enfermo que aguarda um tratamento, de um desempregado que espera um emprego em meio aos tantos escândalos de corrupção e impunidade também é cruz… Estas são cruzes que Cristo quis fazer suas e não podemos usar a cruz em volta do pescoço ou colocá-la em nossas casas sem que estas cruzes também se tornem nossas. Cristo carrega a sua e estas outras tantas cruzes.
Essas nossas advertências se desdobra em torno de três “certezas”:
– Deus compromete a nossa natureza através da Cruz;
– A cruz que carregamos nos compromete com Deus e com a humanidade.
– A Cruz não é para nós apenas um símbolo de morte: é um instrumento de redenção, porque Cristo ressuscitou. Ele ressuscitou. Não como uma lagarta que se torna borboleta. A Ressurreição, para a fé cristã, é muito mais: é Deus que remove as pedras e desperta a esperança na humanidade, e quer que a humanidade se comprometa para que outros homens e mulheres possam se reerguer de sua falta de dignidade. O corpo de Cristo é um corpo humilhado ao qual Deus restitui a vida e a Ressurreição.
Olhemos para a Cruz de Cristo Ressuscitado, que nos dá esperança e nos diz que vale a pena nos entregarmos, nos sacrificarmos. A última palavra não pertence à morte, à violência e a maldade do mundo: pertence ao Amor, que vence e nos torna novas criaturas, que sabem fazer da Caridade a lei de suas vidas. E que este amor triunfe em nossa Diocese de Valença nesses dias que acolhemos a Cruz missionária.
